
São Paulo — As ameaças de morte recebidas pelo youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, colocaram em evidência um problema cada vez mais comum no universo digital: a escalada de intimidações e perseguições contra criadores de conteúdo.
O episódio ocorreu após Felca publicar um vídeo denunciando o influenciador Hytalo Santos por exploração de menores. Horas depois, ele recebeu dois e-mails com mensagens violentas, em tom explícito de ameaça. “Você vai pagar com a sua vida”, dizia uma das mensagens.
O Tribunal de Justiça de São Paulo reagiu com rapidez e, em apenas 29 minutos, autorizou a quebra de sigilo da conta de e-mail usada para enviar as mensagens. A decisão obriga o Google a fornecer dados que possam identificar o autor, sob pena de multa de até R$ 100 mil.
Cresce o alvo em cima de criadores de conteúdo
Nos últimos anos, influenciadores digitais, jornalistas e ativistas se tornaram alvos frequentes de perseguição virtual. De acordo com dados do SaferNet Brasil, as denúncias de ameaças pela internet aumentaram em mais de 70% desde 2021.
Para especialistas, casos como o de Felca mostram que a popularidade nas redes sociais pode trazer riscos além da visibilidade. “A exposição é grande, e infelizmente muitos usam o anonimato da internet para atacar ou silenciar vozes que denunciam irregularidades”, explica a pesquisadora em segurança digital Mariana Nogueira.
Rapidez da Justiça é vista como avanço
O advogado de Felca, João de Senzi, elogiou a celeridade da decisão judicial. “Foi uma resposta fundamental para garantir a segurança do meu cliente e enviar um recado claro de que crimes virtuais não ficarão impunes”, disse.
Enquanto isso, o Google informou que não vai comentar o caso.
O episódio reacende o debate sobre a necessidade de mecanismos mais ágeis para identificar e punir quem usa a internet para cometer crimes. Para Felca, que ainda não se pronunciou publicamente após as ameaças, o momento é de cautela, mas também de reforço na mensagem que motivou sua denúncia inicial: a proteção de menores nas redes sociais.
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