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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (8) uma operação que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos no Ceará, tendo como um dos alvos o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE). A operação, que cumpre 15 mandados de busca e apreensão, apura fraudes em processos licitatórios e desvios de verbas destinadas a municípios cearenses.
O deputado Júnior Mano, de 40 anos, natural de Nova Russas no interior do Ceará, teve endereços ligados a ele revistados pela PF. Em nota oficial, o parlamentar negou qualquer envolvimento com o suposto esquema criminoso, afirmando confiar nas instituições e que a verdade prevalecerá ao final das investigações.
Natural de Nova Russas, Júnior Mano iniciou sua trajetória política em 2016 como vice-prefeito de sua cidade natal. Foi eleito deputado federal em 2018 e reeleito em 2022 com expressivos 216.531 votos, tornando-se o segundo parlamentar mais votado do Ceará na última eleição, atrás apenas de André Fernandes (PL).
A operação da PF investiga uma organização criminosa suspeita de atuar em três frentes principais: direcionamento ilegal de verbas públicas para determinados municípios cearenses, fraudes em processos licitatórios e desvio de parte desses recursos para fins ilícitos. Entre os crimes apurados estão organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e captação ilícita de sufrágio.
Este não é o primeiro caso polêmico envolvendo o deputado. Em 2024, Júnior Mano foi expulso do PL após apoiar publicamente o candidato petista Evandro Leitão na disputa pela prefeitura de Fortaleza. O episódio ganhou proporções nacionais quando o ex-presidente Jair Bolsonaro pessoalmente solicitou sua expulsão ao presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.
Além disso, sua esposa Giordanna Silva Braga Mano, atual prefeita de Nova Russas, teve o diploma cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará em 2022 por abuso de poder político e captação ilícita de votos, junto com o então vice-prefeito José Anderson. A decisão também tornou o casal inelegível por oito anos, embora tenham recorrido da medida.
Especialistas ouvidos pelo g1 destacam que o caso pode ter significativas repercussões políticas no cenário cearense. Por um lado, pode enfraquecer a base de apoio do deputado, que recentemente migrou do PL para o PSB. Por outro, traz à tona novamente discussões sobre o controle de recursos públicos e a relação entre parlamentares e municípios.
A defesa do deputado reiterou em nota sua confiança no sistema de Justiça e afirmou que o parlamentar sempre agiu com transparência e dentro da legalidade. “O deputado Júnior Mano não tem qualquer participação no esquema apontado e está à disposição para colaborar com as investigações”, diz trecho da nota.
Enquanto isso, a PF segue analisando os documentos apreendidos durante as buscas. O material coletado será encaminhado ao Ministério Público Federal, que decidirá sobre a eventual apresentação de denúncias contra os investigados. O caso deve se prolongar por vários meses, período durante o qual o deputado mantém seu mandato normalmente.
Este é mais um capítulo na trajetória política de Júnior Mano, que desde seu início na política municipal em Nova Russas até seu atual mandato na Câmara Federal, coleciona tanto expressivas vitórias eleitorais quanto polêmicas jurídicas e partidárias. O desfecho das investigações poderá definir os rumos de sua carreira política.
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