Medida anunciada pelo ex-presidente americano pode abalar economia brasileira e reacender tensões diplomáticas entre os dois países
O clima em Brasília está tenso. A notícia chegou como um furacão pelos corredores do Planalto e do Congresso: Donald Trump, ex-presidente dos EUA e candidato à reeleição, anunciou tarifas de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. A medida, que pegou o governo de surpresa, já está sendo chamada de “tarifaço” e reacendeu uma velha ferida na política brasileira: a relação conturbada entre os EUA e o Brasil nos últimos anos.
Mas o que parece, à primeira vista, uma disputa comercial como tantas outras, esconde camadas mais profundas. A carta enviada por Trump ao presidente Lula não deixa dúvidas: há um claro tom de retaliação política. O ex-presidente americano não economizou críticas ao chamar o julgamento de Jair Bolsonaro no STF de “vergonha internacional” e acusou o Brasil, sem apresentar provas, de censurar empresas americanas de redes sociais.
A Bomba Relógio da Economia
Enquanto os políticos se digladiam nas redes sociais, exportadores brasileiros estão em alerta máximo. A tarifa de 50% atingirá em cheio produtos como soja, carne bovina, café, minério de ferro e suco de laranja – itens essenciais para a balança comercial do país.
“Estamos falando de um impacto bilionário”, explica o economista Marcos Lisboa, do Insper. “O agronegócio, que já enfrenta desafios climáticos e de mercado, pode sofrer uma queda brusca na competitividade. Isso afeta diretamente os empregos no campo e a arrecadação de impostos.”
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio admitiu que não esperava por uma medida tão drástica. Fontes do governo revelaram que as negociações em curso previam uma tarifa de cerca de 10% para países do BRICS – nada que se compare ao golpe anunciado por Trump.
A Guerra Narrativa em Brasília
Enquanto especialistas calculam os prejuízos, a polarização política tomou conta do debate. Parlamentares da base aliada não pouparam críticas à família Bolsonaro, acusando-a de conivência com a medida.
“Isso não é sobre economia, é sobre política“, disparou o senador Humberto Costa (PT-PE). “Enquanto Bolsonaro e seus filhos vestem o boné de Trump, o Brasil perde milhões. Eles torcem contra o próprio país.”
Já a oposição mirou suas críticas no Palácio do Planalto. “Lula preferiu apoiar a esquerda americana em vez de defender os interesses nacionais“, afirmou o senador Ciro Nogueira (PP-PI). “Agora colhemos os frutos dessa política externa ideológica.”
O Que Esperar?
Diante da crise, o Itamaraty já trabalha em uma resposta diplomática. Fontes do governo adiantam que o Brasil pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e buscar aliados como China e União Europeia para contornar os efeitos da medida.
Enquanto isso, nas redes sociais, a hashtag #TarifasoDeTrump viralizou, com usuários divididos entre os que culpam Bolsonaro pela crise e os que responsabilizam Lula pelo desgaste nas relações com os EUA.
Uma coisa é certa: em ano de eleição americana e com a economia brasileira ainda se recuperando, essa tempestade perfeita pode ter consequências duradouras. O que você acha dessa medida? Será que Trump está usando o Brasil como peça no seu jogo eleitoral?
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