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Alckmin afirma que Brasil ainda tentará reverter tarifa de 50%, mas já prepara resposta com taxação equivalente a produtos americanos; comitê de crise se reúne hoje com Lula
O clima em Brasília é de guerra comercial, mas também de cálculo estratégico preciso. Enquanto o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciava, neste domingo ensolarado (13), que o Brasil ainda tentará “até o último minuto” reverter as tarifas de 50% impostas por Donald Trump, nos bastidores do Palácio do Planalto, ministros e assessores econômicos já afiavam as armas para uma retaliação sem precedentes na relação bilateral com os Estados Unidos.
O decreto de reciprocidade – que estabelecerá sobretaxas equivalentes a produtos americanos – está pronto para ser assinado pelo presidente Lula até esta terça-feira (15), caso as últimas tentativas diplomáticas fracassem. A medida, que promete abalar os US$ 78 bilhões em comércio bilateral, é a resposta mais contundente do Brasil a uma medida protecionista desde a crise do algodão nos anos 2000.
A Corrida Contra o Relógio
Enquanto caminhava pelas obras do novo viaduto em Francisco Morato (SP), Alckmin parecia consciente do terremoto econômico que se aproxima: “Não vamos aceitar passivamente esse ataque aos nossos produtos. Se não houver recuo, responderemos na mesma moeda”.
Mas por trás do discurso firme, há uma operação tática em três frentes:
- Diplomacia de emergência: O Itamaraty tenta uma última conversa com o Departamento de Estado antes da terça-feira
- Proteção ao agronegócio: Mapa (Ministério da Agricultura) estuda rotas alternativas para soja e carne
- Preparação industrial: A CNI (Confederação Nacional da Indústria) mapeia setores que podem ser afetados por retaliações secundárias
O Que Será Taxado?
Fontes do Ministério da Economia revelam que a lista de produtos americanos que podem sofrer sobretaxas inclui:
- Tecnologia: Chips e semicondutores da Intel e AMD
- Agroindústria: Trigo e leite em pó (importantes para o setor alimentício)
- Bens de luxo: Whiskeys e veículos premium
“É uma lista cirúrgica, que atinge setores estratégicos para políticos republicanos”, explica um assessor sênior do G20, sob condição de anonimato.
Por Que Isso Importa Para Seu Bolso?
Economistas ouvidos pela reportagem alertam para três impactos imediatos:
- Aumento no preço de eletrônicos como celulares e notebooks
- Pressão inflacionária em produtos derivados do trigo (pães, massas)
- Possível desabastecimento temporário de alguns itens
Mas há também uma oportunidade: “Setores nacionais podem ganhar espaço”, analisa a economista Juliana Oliveira, da FGV. “Produtores de trigo do Sul ou fabricantes de chips em Manaus podem ser beneficiados”.
O Jogo Político Por Trás da Crise
Analistas enxergam no “tarifaço” de Trump três motivações ocultas:
- Pressão eleitoral: Agradar agricultores do Midwest americano
- Retaliação ideológica: Resposta ao alinhamento de Lula com democratas
- Teste de limites: Medir até onde o Brasil cede em negociações comerciais
Enquanto isso, nas redes sociais, a hashtag #ChegaDeTrump viralizou, com usuários divididos entre os que defendem a retaliação imediata e os que temem uma escalada perigosa.
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