
Justiça gaúcha mantém condenação por estelionato após esquema que prejudicou dezenas de consumidores em loja virtual
Porto Alegre, 10 de junho de 2025
A Justiça do Rio Grande do Sul manteve nesta terça-feira (10) a condenação do ex-BBB Dílson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, a 11 anos e 8 meses de prisão por crimes de estelionato. A decisão confirmou sentença anterior por envolvimento em um esquema de vendas fraudulentas pela internet que lesou pelo menos 16 vítimas na região de Canoas.
Detalhes do caso

Os autos do processo revelam que Nego Di e seu sócio, Anderson Bonetti, operavam a loja virtual TADIZUEIRA entre março e julho de 2021. O estabelecimento online oferecia eletrônicos como televisores, celulares e aparelhos de ar-condicionado com preços consideravelmente abaixo do mercado.
Segundo as investigações:
- Os compradores efetuavam os pagamentos, mas nunca recebiam os produtos
- Não havia qualquer sistema de reembolso para os clientes prejudicados
- A maioria das vítimas era de baixa renda, conforme destacou a magistrada
Exploração da imagem pública
A juíza Patrícia Pereira Tonet, responsável pelo caso, enfatizou em seu despacho que os acusados se aproveitaram da notoriedade de Nego Di, que havia participado do BBB 21 pouco antes dos fatos, para dar credibilidade ao negócio e atrair mais consumidores.
“Ficou comprovado o uso deliberado da exposição midiática de um dos réus para potencializar o alcance das fraudes”, registrou a magistrada na sentença.
Repercussão e próximos passos
A defesa dos condenados ainda pode apresentar recursos para tentar reverter ou reduzir as penas. Enquanto isso:
- A condenação deve ser cumprida em regime fechado
- Ambos os réus receberam a mesma pena
- O caso reacendeu o debate sobre responsabilidade de influenciadores
Especialistas em direito digital ouvidos pela reportagem alertam que este tipo de crime vem se tornando cada vez mais comum, com golpistas se aproveitando da confiança depositada em figuras públicas para aplicar fraudes na internet.
Como se proteger:
✔ Verifique a reputação do vendedor
✔ Desconfie de preços muito abaixo do mercado
✔ Prefira plataformas com mecanismos de proteção ao consumidor
✔ Exija nota fiscal e acompanhe o status da entrega
A reportagem tentou contato com a defesa de Nego Di, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
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