
Especialistas explicam por que muitas pessoas não conseguem emagrecer apesar de seguir dietas e apontam fatores que vão além da alimentação
Perder peso é um desafio constante para muitos brasileiros. Apesar de seguir dietas populares ou restritivas, é comum ouvir relatos de frustração: os números na balança não caem, ou o efeito sanfona retorna rapidamente. Mas, segundo especialistas, o problema vai além da escolha da dieta e envolve fatores fisiológicos, comportamentais e ambientais.
Fatores metabólicos e hormonais
Uma das principais causas apontadas por nutricionistas e endocrinologistas é o metabolismo individual. Cada pessoa tem taxa metabólica basal diferente, que determina quantas calorias o corpo queima em repouso. Alterações hormonais, como distúrbios na tireoide, resistência à insulina ou desequilíbrios de cortisol, podem dificultar a perda de peso mesmo com alimentação controlada.
“É comum que pacientes sigam a dieta à risca e ainda assim não percebam resultados, porque fatores hormonais interferem na regulação do apetite e do armazenamento de gordura”, explica um endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
Hábitos comportamentais e psicológicos
Além do metabolismo, os hábitos diários e a relação emocional com a comida influenciam diretamente no emagrecimento. Comer de forma automática, pular refeições, ceder a compulsões alimentares ou usar a comida como recompensa são exemplos que sabotam dietas mesmo quando aparentemente seguidas.
Especialistas recomendam o mindful eating, ou alimentação consciente, que consiste em prestar atenção ao que e como se come, reconhecendo sinais de fome e saciedade. Esse método ajuda a reduzir exageros e a criar hábitos mais duradouros.
Qualidade da dieta e adesão a longo prazo
Muitas vezes, o problema não é a dieta em si, mas a forma como ela é seguida. Dietas extremamente restritivas, da moda ou que excluem grupos inteiros de alimentos tendem a ser difíceis de manter. Isso leva à desistência precoce ou ao efeito sanfona, que ocorre quando o corpo recupera o peso perdido rapidamente.
Segundo especialistas, dietas equilibradas, com foco em alimentos minimamente processados, frutas, vegetais e proteínas de qualidade, oferecem melhores resultados no longo prazo. A sustentabilidade do plano alimentar é mais importante do que resultados rápidos e temporários.
Fatores ambientais e estilo de vida
O ambiente em que vivemos também interfere na perda de peso. Sedentarismo, falta de sono, excesso de estresse e exposição a alimentos ultraprocessados são barreiras significativas. Mesmo a dieta mais saudável pode ser prejudicada por esses fatores, que alteram hormônios relacionados à fome, metabolismo e armazenamento de gordura.
Especialistas alertam para a importância de integrar atividade física regular, boa qualidade de sono e controle do estresse como parte do plano de emagrecimento.
O papel do acompanhamento profissional
Nutricionistas, médicos e psicólogos desempenham papel fundamental na jornada de emagrecimento. Profissionais podem identificar causas fisiológicas e comportamentais, ajustar o plano alimentar, propor estratégias para lidar com compulsões e garantir que a dieta seja segura e eficaz.
“Perder peso não é apenas sobre calorias ingeridas. Cada corpo reage de forma diferente, e o acompanhamento individualizado faz toda a diferença”, ressalta uma nutricionista especializada em emagrecimento sustentável.
Conclusão: emagrecimento é um conjunto de fatores
Mesmo com dieta, muitos brasileiros enfrentam dificuldades para perder peso. Metabolismo, hormônios, hábitos comportamentais, estilo de vida e qualidade da dieta interagem de forma complexa. Para obter resultados consistentes, é fundamental adotar uma abordagem holística, combinando alimentação equilibrada, atividade física, sono adequado, controle do estresse e acompanhamento profissional.
O segredo não está em buscar soluções rápidas ou extremas, mas em ajustes duradouros que respeitem o corpo e promovam saúde a longo prazo.
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